Curioso

 

Foi (e ainda é) com o assunto “Até dá medo!”, que circulou (circula) na Internet uma mensagem de e-mail com ligação para um vídeo no Youtube.

O vídeo original, em Inglês, é intitulado “Did you know?”, e conta a esta data com aproximadamente seis milhões de visualizações. Trata-se de uma excelente compilação de dados que demonstram, de forma realmente assustadora, a aceleração vertiginosa em que se vive actualmente. Por exemplo, as 10 profissões que se prevê serem as mais procuradas em 2010 não existiam sequer em 2004. Por outras palavras, o sistema de ensino actual está a preparar profissionais para tarefas que ainda se desconhecem, a realizar com auxílio de tecnologia que ainda não foi desenvolvida ou popularizada, num mercado de trabalho relativamente diferente do actual.

Mas há mais dados curiosos. Por exemplo, o motor de pesquisa Google atende mensalmente cerca de 31 mil milhões de pesquisas. Notando que a população mundial é inferior a 7 mil milhões, isto dá uma ideia da importância de um simples motor de pesquisa para a crescente parte da população que a ele tem acesso. Curioso também é que em 2006 o número de pesquisas era inferior a 3 mil milhões por mês. Ou seja, em apenas dois anos o Google passou a ter uma procura dez vezes superior.

Outro dado curioso é que este crescimento tende a ser exponencial. Exemplo disso é a popularização de algumas tecnologias. O rádio demorou 38 anos a atingir uma audiência de 50 milhões de pessoas. A televisão apenas precisou de 13 anos para o mesmo nível de audiência. À Internet bastaram 4 anos, e ao portal de rede social facebook apenas 2 anos. Caso semelhante é o do número de computadores ligados à Internet. Em 1984 havia apenas 1000 computadores ligados. Em 1992 havia um milhão, e em 2008 mil milhões.

Por outro lado, a quantidade de dados produzida é absolutamente descomunal. Estima-se que as edições de uma semana do jornal New York Times contenham mais informação do que uma pessoa no século XVIII encontrava em toda a sua vida. Só neste ano de 2009, deve ser gerada mais informação do que nos 5000 anos anteriores. Estas quantidades incomensuráveis só podem ser manipuladas e tratadas com mais e mais capacidade de armazenamento e processamento. A capacidade dos processadores actuais vai duplicando a cada dois anos, e estima-se que em 2013 seja produzido o primeiro computador com capacidade de processamento superior à do cérebro humano. A manter-se esta taxa, em 2049 um computador vulgar deve ter capacidade de processamento superior à da humanidade inteira.

Onde isto nos vai levar, ninguém pode ter a certeza. Para os mais pessimistas, poderemos simplesmente estar a preparar a extinção da espécie humana, ou entrar numa guerra homem-máquina pelo controlo dos nossos destinos. Toda esta informação e aceleração em que vivemos tem tido uma consequência relativamente preocupante: a pressão em que se vive nos países mais civilizados faz com que a taxa de natalidade seja insuficiente para a renovação da população. Isto abre caminho para o declínio da civilização, sendo substituída por outra civilização qualquer ou por uma sociedade mecânica. Para os mais optimistas, teremos uma sociedade híbrida homem-máquina, com máquinas obedientes que satisfarão os nossos caprichos, ao mesmo tempo que cuidam de satisfazer as nossas necessidades de sobrevivência.

No entanto, até agora ainda estamos relativamente longe de qualquer das hipóteses. A tecnologia tem permitido alterações radicais nos padrões de vida, nas formas de comunicação e deslocação de pessoas e bens, entre outras. No entanto, isso não significa que a tecnologia seja responsável por alterações radicais da estrutura social ou nos instintos humanos mais básicos, como o reprodutivo ou o alimentar.

Outro exemplo interessante é um estudo feito há anos, que levou à conclusão que cada pessoa estava em média a “8 conhecidos de distância” de qualquer pessoa no mundo. O estudo consistiu em entregar um objecto a uma pessoa receptora, com indicação de que deveria ser entregue a um destinatário que não era seu conhecido. O intermediário podia entregar o objecto apenas a pessoas conhecidas. Em média, concluiu-se que objecto passava por 8 pessoas, até chegar ao destinatário. Curioso, não?

 



Este artigo pode ser reproduzido total ou parcialmente, desde que seja referido o endereço: http://www.tecnociencia.etikweb.com/index.php?article_id=42

Inserido em: 2009-07-08 Última actualização: 2009-07-09

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